sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Politizar a tragédia



Existem três frases que um funcionário relapso precisa saber para dizer na hora em que algum furo seu é descoberto: a)eu não vi nada; b)Não fui eu; c) já estava assim quando eu cheguei. Esse ensinamento que Homer Simpson passa para o pequeno Bart tem sido seguido por figuras do estado apanhados em atos ou omissões cabeludos. O mais tarimbado na receita do “se fazer de morto” é o Lula, que no meio do bordel – que inclusive ele era gerente- sempre figurava com um terço na mão, perdido em orações e outros pecadilhos mais terrenos, como agora sabemos.

                A tragédia de Santa Maria evidencia que o estado arrecada, mas não inspeciona. Extintores vazios nunca são pesados, portas inadequadas e fora da lei não são inspecionadas. Isolamento acústico inflamável, uso de fogos indoor, superlotação, falta de sinalização de incêndio, alvará caducado com a casa em pleno e exagerado funcionamento não foram vistos nem pelo corpo de bombeiros, nem pela SMIC de Santa Maria, caso exista uma secretária de indústria e comércio ou outra que o valha. 

                Segundo reportagem do Jornal Nacional na edição de 31 de janeiro 2013, o estado de São Paulo, na mão do PSDB fazem 20 anos, tem menores taxas de incêndio por ter fiscalização  e legislação mais rigorosas, após o incêndio do edifício Joelma. Só que em Porto Alegre tivemos o incêndio da Renner, e um governo do PSDB fraco e curto no RS, diferente dos governos paulistas. MAs é inegável que em São Paulo existe mais inspeção e menos incêndio, pois não há um apagão de seriedade como vemos no RS, celeiro de irresponsabilidade nesta semana de avalanches e tragédias.

 Ao contrário do que recomenda a sempre inadequada, imprecisa e confusa Zero Hora, precisamos sim politizar a tragédia de Santa Maria: impeachment do prefeito de Santa Maria é uma prioridade. Foi assim em Buenos Aires em incêndio análogo e assim tem que ser aqui, tanta morte não deve custar menos. Perda do mandato de toda a cúpula estadual dos bombeiros outra. Sem uma degola saudável estaremos estimulando gestores pelo Rio Grande afora a continuar curtindo “o verão numa boa” em Punta com dinheiro da inspeção de incêndio. Se nossos engravatados Homer Simpsons acham que vamos lhes tirar para compadre diante de tanto homicídio doloso, aquele em que –por não inspecionar- assumo os riscos que posso causar mortes, estão subestimando nossa indignação.

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