quarta-feira, 29 de maio de 2013

Por Quem as Árvores Choram?


 
Por quem as árvores choram?

Muitas pessoas em Porto Alegre tem o desejo de vir de forma fluida para o centro em seu carro particular, encontrar estacionamento abundande, e portanto barato, e voltar no final do dia para o bairro sem tranqueiras de trânsito. Estas pessoas são do partido da derrubada de árvores pelo progresso, do alargamento indefinido de avenidas, e do prefeito José Fortunati. O desejo é legítimo, só que irrealista, impossível de ser atendido.

                Existe um cenário de saturação de carros na cidade e o ponto de saturação já chegou. Não há mais como remediar, agora é o ponto de não dá mais. É mentira do prefeito fazer remendos viários para seguir atendendo o desejo de vir de carro para o centro. Na verdade, satisfazer esse desejo irrealista, é uma irresponsabilidade e uma mentira.

                Estamos num ponto de esgotamento do modelo: do modelo do transporte particular para ir ao centro. O necessário é exatamente o contrário: frustrar esse desejo. Proibir estacionamento no centro, proibir todos os carros de circular no centro expandido, ou pelo menos alguns finais de placas, como em São Paulo. Como em Londres, mudar mesmo o planejamento urbano para tirar do centro atrativos profissionais e comerciais, levando esses atrativos para os bairros.

                Precisamos de outros modelos para circular dentro do centro: trens circulares, veículos elétricos públicos. Transporte em bicicleta ou mesmo em cavalos no centro. Para se chegar ao centro, transporte público de qualidade, que inclusive já existe, sendo as lotações um exemplo de conforto e rapidez.

                O estado não esta aí apenas para satisfazer desejos irresponsáveis e egoístas dos eleitores. Está também para por limites no que é um desejo irresponsável, inviável. Um pai que quer apenas ser popular não dá limites para os filhos, em particular para seus desejos mais arriscados e destrutíveis.  Mais do modelo de carros particulares é um desejo dos eleitores que não deve e não tem como ser satisfeito. Faltou a José Fortunati a coragem de dizer a verdade para os ricos mimados. Por interesse eleitoral? Sem dúvida.

                O ponto não é idealistas românticos que defendem árvores de forma poética. O ponto é que os práticos e progressistas estão completamente equivocados, e aprisionados em seu conforto do carro, se negam a ver a inviabilidade e a irrealidade de seu desejo de conforto. Pois ficar preso no engarrafamento não é conforto, ainda mais sem uma árvore para proteger do sol forte. No engarrafamento, toda a cilindrada é igual, e o pior: igual a zero!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seguidores