segunda-feira, 3 de agosto de 2015

O operário e a guerrilheira como seres míticos imaginário e um tanto idealizados

A esquerda tem duas características tipicamente religiosas: ela idealiza o frágil, o fraco, como um ser  central de sua preocupação e coloca nele uma pureza e bondade a priori, apenas pois ele é frágil. Durante décadas a esquerda tinha dois seres destes idealizados, o camponês e o proletário. Foice e martelo é apenas um signo desta atenção para estes dois personagens. O proletário não apenas seria uma vítima de um sistema de exploração: ele seria ingênuo, bom, um ser quase "religioso', como estes santos da igreja católica. Seria bom porque vítima: mas nem apenas por ser vítima a pessoa precisa ser "boa"!
Uma década com esse "proletário" idealizado na presidência da república foi o que bastou para nosso personagem se mostrar bem outro: no lugar de ingênuo, um tramposo de marca, ladrãozinho quase batedor de carteira. No lugar de sem voz, um macunaima, acostumado a usar o papel de vítima para praticar a exploração. O sujeito "bom" por que vítima na verdade nem era bem vítima, nem era bem bom. O que a esquerda não esperava é que dentro de toda vítima também vive um algoz, que o explorado, também pode ser tão malvado como o explorador. 
Cansados de seu tipo mítico preferido, passaram então a outro personagem mítico preferido: a economista ex-guerrilheira, protótipo acabado, até nos óculos grossos de acetato, da esquerdista intelectual. Daí foi pior. O descalabro da economia com ela foi tanto, que só chamando um executivo do Bradesco dos mais capitalistas possíveis para corrigir o horror. Arrogante, prepotente e dona da verdade, ela esta com 7% de popularidade, e caindo. Suas teses de um estado provedor arruinaram o país e trouxeram a hiperinflação de volta. Sua relação com o dinheiro público para se perpetuar no poder, trouxeram o fantasma do stalinismo antidemocrático para a puata, que é como costuma terminar todo essa aventura religiosa de esquerda. 
A esquerda precisa de outros seres míticos pra vender: a bugre religiosa, O BBB filosofo, o carioca da sunga de crochet, sei lá. Qualquer coisa anti-PSDB, que representa justamente o que não pode ser: paulista, branco, de camisa azul e supremos horror, homem. Ou tem alguma "desvalia", ou "injustiça no passado" ou decididamente não nos representa. Imagino um conto do sujeito que vai num ônibus da Carris e não encontra qualquer assento para pessoas ordinárias, todos são para "prejudicados sociais". Daí ele vai na fila do Zaffari e já não tem nenhum caixa para ele passar com seu paozinho, pois todos são pra entrevados, zarolhos, pessoas com pau pequeno e outras desvantagens. Uma sociedade tão justa que já não tem lugar para ele: onde as minorias são maioria, um terror do politicamente correto. Sai do supermercado com fome, desolado, perseguido. 

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